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Minha preferência é literatura inspiradora, embora a escolha seja algo pessoal.Há muitíssimas opções. Só tenha o cuidado de selecionar algo que pareça eterno eque tenha sido escrito antes de nossa época hiperconectada. Esses textos podemquestionar nossos pressupostos sobre o que realmente importa.Se você pode investir duas horas por dia, duas semanas por ano ou mesmo cincominutinhos toda manhã, tanto faz; o importante é criar espaço para escapar da suavida assoberbada.
CAPÍTULO 6OLHARVeja o que realmente importaONDE ESTÁ O CONHECIMENTO QUEPERDEMOS COM INFORMAÇÕES?— T. S. EliotA falecida escritora Nora Ephron é famosa por filmes como Silkwood — O retratode uma coragem, Sintonia de amore Harry e Sally, todos indicados ao Oscar. Seusucesso como escritora e roteirista tem muito a ver com a capacidade de captar aessência de uma história, talento que aprimorou na carreira anterior de jornalista.Mas, apesar de todos os anos no ritmo acelerado das redações de jornal, a lição quea afetou de forma mais profunda data da época do ensino médio.Charlie O. Simms era professor de Jornalismo Básico na Beverly Hills HighSchool. No primeiro dia de aula de Nora no curso, ele começou mais ou menoscomo qualquer professor de jornalismo: com o conceito de lide (ou lead). Explicouque o lide contém o porquê, o quê, o quando e o quem da reportagem e resume asinformações essenciais. Depois, ele passou a primeira tarefa: escrever o lide de umareportagem.Simms começou apresentando os fatos:Kenneth L. Peters, diretor da Beverly Hills High School, anunciou hoje quetodo o corpo docente da escola irá à cidade de Sacramento na próximaquinta-feira para um colóquio sobre novos métodos de ensino. Entre ospalestrantes estarão a antropóloga Margaret Mead, o reitor Dr. RobertMaynard Hutchins e o governador da Califórnia Edmund Brown.Os alunos dispararam a datilografar em suas máquinas de escrever, tentandoacompanhar o ritmo do professor. Depois, entregaram os seus lides escritos comrapidez. Cada um deles tentou resumir o porquê, o quê, o quando e o quem da formamais sucinta possível: “Margaret Mead, Maynard Hutchins e o governador Brownfalarão ao corpo docente…”; “Na próxima quinta-feira, o corpo docente da escolairá…”.Simms examinou os lides dos alunos e, depois, informou que ninguém tinha sesaído bem. O lide da reportagem, disse ele, era: “Não haverá aula na quinta-feira.”
“Naquele instante”, recorda Nora, “percebi que jornalismo não era apenasvomitar fatos, mas perceber o principal. Não bastava saber quem, o quê, quando eonde; era preciso entender o que esses dados significavam e por que eramimportantes.” E acrescentou: “Ele me ensinou algo que funciona tão bem na vidaquanto no jornalismo.”1Em todos os conjuntos de fatos está oculto algo essencial. E o bom jornalista sabeque encontrá-lo exige explorar informações e descobrir as relações entre elas,tornando-as explícitas. Significa construir o todo a partir da soma das partes e
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Spring '17
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