trabalho realizado. Com algum esforço, ambos tinham voltado ao velho relacionamento, e até Bernardo
notava que Isabella demonstrava uma disposição pacífica. E, então, ele a viu enrijecer ao ouvir o
telefone do escritório de Amadeo. – Por que estão ligando para o escritório dele?
– Talvez não tenham conseguido chegar até o seu. – Ele tentou mostrar-se descontraído, embora,
por um momento, o som o tivesse feito estremecer também. Mas ambos sabiam que os homens que
selecionavam as chamadas telefônicas para ela por vezes retinham todas as linhas. – Quer que eu
atenda?
– Não. Está tudo bem. – Ela entrou depressa na sala de Amadeo, e após uns dois minutos Bernardo
ouviu um grito. Correu e encontrou-a pálida e histérica, as mãos tapando a boca e olhando fixamente
para o telefone.
– O quê? – Mas ela não respondeu, e quando tentou, tudo que saiu de dentro dela foi um grunhido
seguido de outro grito. – Isabella, fale comigo! – Ele a segurava pelos ombros, sacudindo-a desesperado,
enquanto procurava fitá-la nos olhos. – O que disseram? Teve algo a ver com Amadeo? Foi o mesmo
homem? Isabella... – Ele pensava seriamente na possibilidade de esbofeteá-la, quando o guarda que
rondava a parte externa do escritório entrou precipitado. – Isabella!
– Alessandro! Eles... disseram... eles estão com ele! – Soluçando, ela caiu nos braços de Bernardo. O
segurança correu frenético para o telefone, ligando para a
villa
, sem conseguir completar a ligação.
– Chame a polícia! – Bernardo gritou por sobre o ombro enquanto agarrava o casaco e a bolsa de
Isabella, arrastando-a pelo escritório, e depois porta afora. – Vamos para casa. – E, então, parando um
instante na porta, olhou com firmeza para Isabella, segurando-a pelos dois braços. – Devem ser os
maníacos outra vez. Sabe disso, não sabe? Vai ver que ele está bem. – Mas a única coisa que ela pôde
fazer foi olhá-lo fixamente e balançar a cabeça com gestos frenéticos, de um lado para outro. – Foi a
mesma voz, o mesmo homem? – perguntou ele.
Ela tornou a balançar a cabeça. Bernardo fez um sinal para que o segurança o seguisse, e os três
desceram correndo as escadas dos três andares em direção à rua. No caminho, chamaram outro
segurança para juntar-se a eles. O carro de Isabella já estava esperando por ela, conforme fazia no final
de cada dia. Enzo olhou-os, confuso, quando os quatro entraram precipitados no carro, um dos
seguranças empurrando-o para o lado, enquanto adentrava o veículo, assumindo a direção.
–
Mas o que
... – começou Enzo, mas um olhar para Isabella lhe disse o que ele não queria saber. – O
